segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Boleto para pagamento do IPVA já pode ser acessado na Internet


Os donos de veículos automotores já podem imprimir o boleto para pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) diretamente no site da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará - www.sefaz.ce.gov.br . Os boletos serão enviados para as residências dos contribuintes a partir do dia 15 de janeiro.
O documento pode ser impresso no site informando a placa, o chassi do veículo e o renavam, além de um código de segurança.

O Imposto terá redução média de 9,41% em 2013. Para quem deseja parcelar, o pagamento será feito em quatro parcelas iguais e sucessivas. A primeira será no dia 8 de fevereiro e as seguintes, no oitavo dia de cada mês. A parcela única deve ser paga até dia 31 de janeiro, com 5% de desconto.
Este será o último ano em que os contribuintes receberão os boletos em casa. A partir de 2014, todos deverão imprimir direto do site da Sefaz. Segundo o titular da Sefaz, Mauro Filho, essa é uma medida de contenção de gastos, já que em 2012 mais de 50% da população não utilizou os boletos enviados pela Sefaz.
Fonte: O Povo Online

Cliente é morto a tiros em "saidinha de banco" em Ponta Grossa


O cliente Sebastião Trega Gonçalves Filho, de 60 anos, foi assassinado, na tarde de quinta-feira (10), durante um assalto na rua Francisco Otaviano, Bairro Nova Rússia, em Ponta Grossa. Era policial aposentado e tinha acabado de sair de uma agência bancária, localizada a uma quadra do local do crime, quando foi abordado por dois assaltantes. 

Ele reagiu e os criminosos efetuaram três disparos contra ele. O policial aposentado levou dois tiros no peito e um na cabeça. 

Trega era policial rodoviário federal e estava aposentado há cerca de 10 anos. Ele trabalhou durante muito tempo no Posto Furnas. A família da vítima é natural de Maringá. O corpo da vítima foi encaminhado ao IML de Ponta Grossa.

O latrocínio - roubo seguido de morte - aconteceu por volta das 14h30. Quando as equipes de paramédicos chegaram ao local, a vítima já estava morta. 

A Polícia Militar chegou logo na sequência e isolou o local até a chegada do Instituto de Criminalística, que realizou a perícia da cena do crime; do IML, que cuidou da remoção do corpo; e da Polícia Civil, que está a cargo das investigações.


Fonte: Jornal da Manhã -Ponta Grossa

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Condenações do assédio moral no TST reforçam luta da Contraf-CUT


O assédio moral no trabalho tem ocupado, com muita ênfase, as pautas sindicais e é uma preocupação constante dos trabalhadores de todas as categorias profissionais, inclusive a dos bancários.

Jornais de circulação nacional, revistas, estudos acadêmicos, decisões judiciais, congressos, simpósios, reuniões em sindicatos de trabalhadores, matérias em telejornais, matérias na internet, campanhas sindicais, negociações entre empregados e empregadores, são apenas alguns dos inúmeros espaços onde têm aparecido a temática do assédio moral no trabalho e os seus reflexos negativos na vida laboral do trabalhador, sobretudo, as ocorrências de adoecimento e afastamento do trabalho.

"A notícia veiculada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o julgamento de vários casos envolvendo as práticas de assédio moral e sexual no trabalho, no ano de 2012, legitima ainda mais a luta da Contraf-CUT, federações e sindicatos filiados por um ambiente de trabalho saudável, livre das práticas nefastas do assédio moral e sexual, livre de quaisquer práticas discriminatórias e humilhantes que visam isolar os trabalhadores, adoecendo-os em curto espaço de tempo", destaca o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale. 

Assédio moral e imposição de metas abusivas como fatores de risco

A questão do assédio moral na categoria bancária entrelaça-se com outro grande problema existente no cotidiano dos ambientes de trabalho: a imposição e a cobrança de metas abusivas.

As metas abusivas impostas pelos bancos, característica marcante do trabalho bancário nos dias atuais, transformaram-se em um fator de risco inerente da profissão de bancário. Além dos riscos já estudados e conhecidos do trabalho bancário, como os riscos ergonômicos, os movimentos repetitivos, o ritmo de trabalho acelerado, o risco iminente de assaltos e sequestros, a imposição e a cobrança de metas revelam outro grave fator de risco à saúde de bancários e bancárias, situando os profissionais entre os que mais se afastam do trabalho por problemas psíquicos.

Logo, o que leva os bancários ao adoecimento são as consequências nefastas das práticas de assédio moral, principalmente aquelas relacionadas ao controle e cobrança pelo atingimento das metas de produtividade, que são cada vez mais abusivas, estabelecidas "de cima para baixo", são sempre crescentes e mais: o bancário que não "bate suas metas" pode perder o seu emprego, sendo demitido sumariamente.

Praticamente, não há espaços de diálogo nos ambientes de trabalho para se discutir os meios para se atingir as metas impostas pelos bancos, bem como não há espaços para diagnósticos dos reais motivos do não atingimento das metas em um dado período fixado pelo banco, por exemplo.

"Bem sabemos que o assédio moral não é uma doença e que ninguém fica doente por 'contrair' assédio moral. Entretanto, o assédio moral nos bancos é um sério sinal de degradação das relações de trabalho, bem como do próprio ambiente de trabalho. É um sinal de alerta que, além de detectar problemas entre uma vítima e um agressor, remete a atenção para a organização do trabalho, para o modo de execução das tarefas diárias e como essa organização define as relações entre as pessoas", destaca o secretário de saúde do trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale. 

TST julgou diversos casos de assédio moral e sexual em 2012 

Fenômenos recentes, os assédios moral e sexual no local de trabalho são mais comuns do que se pensa e as vítimas, na maioria dos casos, são mulheres. As reclamações que chegam à Justiça do trabalho são crescentes e, em 2012, o TST julgou diversos desses casos em que trabalhadores foram expostos a situações constrangedoras e, na maioria das vezes, humilhantes.

Um dos casos mais graves é mantido em segredo de justiça. Trata-se de uma empresa na qual todas as trabalhadoras do sexo feminino de um determinado setor foram assediadas sexualmente. 

O tratamento desrespeitoso e ameaçador que o responsável pelo setor dispensava às empregadas, característico do assédio sexual, foi comprovado já na Primeira Instância (Vara do Trabalho). 

Posteriormente, a sentença que condenou a empresa ao pagamento de indenização por danos morais foi mantida tanto pelo Tribunal Regional do Trabalho quanto pelo TST.

Estratégias de cumprimento de metas extremamente agressivas podem passar do limite e constranger funcionários. A Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) terá de indenizar um funcionário em danos morais por constrangê-lo a comparecer a reuniões matinais nas quais estavam presentes garotas de programa e por submetê-lo a situações vexatórias com o objetivo de alavancar o cumprimento de metas.

O Santander, por sua vez, foi condenado a pagar indenização por danos morais a uma bancária. Ela se sentiu humilhada e constrangida, pois, em reunião do gerente regional com os subordinados, foi instigada a alcançar as metas fixadas pelo Banco "nem que fosse necessário rodar bolsinha na esquina".

A Terceira Turma do TST manteve a condenação do Banco Bradesco S/A e outros para pagarem indenização de R$ 5 mil por danos morais, pelo assédio moral sofrido por uma funcionária que era chamada de "imprestável" pelo supervisor. Com base nos depoimentos das testemunhas, comprovou-se o assédio sofrido pela trabalhadora, o que gerou a reparação.

Em outro caso que chegou ao TST, o Banco ABN AMRO Real S/A foi condenado porque o superior humilhava e ofendia uma funcionária perante seus colegas ao cobrar o cumprimento das metas estabelecidas pelo banco, chamando-a de "burra", tratamento ofensivo à dignidade inerente à trabalhadora.

Mas assédios podem ocorrer em empresas de qualquer porte. Em outro julgamento, um salão de beleza foi condenado a indenizar uma manicure, que sofreu assédio sexual do proprietário. A infração foi comprovada pelo depoimento dos colegas de trabalho que relataram os constrangimentos sofridos pela trabalhadora, entre eles, os constantes elogios e comentários insinuantes do proprietário quando tocava as partes do corpo dela.

Modelo fotográfico

Além de vítimas, há casos em que as mulheres são o agente do assédio sexual. A Caixa Econômica Federal foi condenada a pagar indenização por dano moral no valor de R$ 100 mil a um empregado vítima de assédio sexual de sua superiora. A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho não acolheu recurso da Caixa questionando o valor da indenização, não chegando, assim, a analisar o mérito da questão.

O trabalhador alegou que sofreu assédio sexual e moral por parte de sua gerente. De acordo com ele, que também seria modelo fotográfico, ela sempre elogiava a sua beleza, chegando a exagerar nos elogios e a usar "termos lascivos". Diariamente, insistia para que saíssem juntos após o trabalho. Com a sua recusa, ela passou a hostiliza-lo. Para isso, utilizava palavras como "incompetente, inútil e imbecil".

Condutas homofóbicas também podem ser enquadradas como assédio. A Ricardo Eletro Divinópolis Ltda. foi condenada a indenizar em R$ 30 mil por dano moral um vendedor vítima de ofensas homofóbicas cometidas por um gerente de vendas de uma das lojas da rede, em Vitória (ES).

Tipos de assédio 

O assédio moral expõe os trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, levando a vítima a se desestabilizar emocionalmente.

Já o assédio sexual, na definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pode acontecer por atos, insinuações, contatos físicos forçados, convites inconvenientes, que apresentem as seguintes características: condição clara para manter o emprego, influência em promoções na carreira, prejuízo no rendimento profissional, humilhação, insulto ou intimidação da vítima.


Fonte: Contraf-CUT com TST

Ministro vai discutir rotatividade com Itaú e Santander na próxima semana


Crédito: Guina
GuinaBrizola Neto, durante audiência com Contraf-CUT e Sindicato de Brasília

O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Brizola Neto, vai realizar na próxima semana uma audiência de conciliação entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Itaú e o Santander, em Brasília, para discutir a redução de empregos e a política de rotatividade dos dois bancos privados. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (9), durante audiência concedida para a Confederação e o Sindicato dos Bancários de Brasília, no gabinete do ministro, na capital federal.

Estiveram presentes o presidente e o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro e Ademir Wiederkehr, respectivamente, e o vice-presidente e a secretária de imprensa do Sindicato, Eduardo Araújo e Rosane Alaby, respectivamente. Também participou da audiência o secretário do Trabalho do MTE, Manoel Messias. 

As entidades sindicais apresentaram novos dados do Dieese sobre milhares de demissões e de fechamento de postos de trabalho nas duas instituições financeiras. "De um lado, os bancários perdem seus empregos e, de outro, o governo amplia os gastos com seguro-desemprego. Só os bancos saem ganhando, porque reduzem a folha de pagamento e aumentam ainda mais os seus lucros", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. 

Brizola Neto se mostrou preocupado com os números apresentados e reafirmou o seu compromisso com a geração de empregos e o combate à alta rotatividade, manifestado na 14ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida em julho, em Curitiba.

"A audiência de mediação marcada pelo ministro será uma boa oportunidade para buscar travar esse processo nefasto para o emprego de milhares de bancários", avalia Eduardo Araújo. 

Itaú

Os dirigentes sindicais apresentaram dados do Dieese, a partir dos balanços do Itaú, que apontam o corte brutal de postos de trabalho nos últimos dois anos. O banco ceifou 7.831 empregos entre janeiro e setembro do ano passado.

Somente no terceiro trimestre de 2012, o número de trabalhadores recuou de 92.517 para 90.427, uma redução de 2.090 vagas em apenas três meses. 

Desta forma, o banco aprofundou ainda mais o processo de extinção de empregos iniciado em abril de 2011, totalizando desde então o fechamento de 13.595 vagas, conforme análise feita pelo Dieese. "É um absurdo que o Itaú elimine mais de 13 mil de postos de trabalho em apenas um ano e meio, mesmo com todo este lucro faraônico", aponta Cordeiro.

O presidente da Contraf-CUT disse ao ministro que o quadro pode piorar ainda mais este ano. O diretor corporativo de Controladoria e de Relações com Investidores do Itaú, Rogério Calderón, defendeu a política "de ganhar eficiência em 2013, estratégia que pode incluir a redução de pessoal, embora em velocidade menor que no ano passado", conforme notícia divulgada na terça-feira (8) pela Agência Reuters. "Empresa eficiente não pode ser a que demite, mas a que emprega, valoriza os trabalhadores e presta bons serviços aos clientes e à sociedade", afirma Cordeiro.

Santander

O presidente da Contraf-CUT apresentou a análise técnica do Dieese com base nos dados do Caged de 2011 e 2012 que foram entregues pelo Santander à Contraf-CUT a partir de determinação da procuradora do Ministério Público do Trabalho, Ana Cristina Tostes Ribeiro. 

O Santander contratou 14.692 empregados em 2012 e desligou 14.980, um corte de 288 postos de trabalho. O banco fechou o ano com quadro de 51.237 funcionários. 

Desta forma, enquanto a taxa de rotatividade no setor bancário foi de 7,6%, o índice no Santander atingiu 28,8% em 2012. 

"Isso foi quase quatro vezes superior à vigente no setor bancário como um todo. Isso significa que num período de 12 meses o banco 'girou' quase um terço do seu quadro de pessoal. Mantida essa taxa em três anos, o banco terá 'girado' quase 100% dos seus funcionários", avalia o Dieese.

Em dezembro, o Santander ainda promoveu demissões em massa. Após determinação do MPT, o Santander enviou para a Contraf-CUT uma lista de 1.280 desligamentos às vésperas do Natal. "O número só não foi ainda maior por causa das denúncias, protestos e mobilizações das entidades sindicais dos bancários em todo país", destaca Ademir. Segundo dados apresentados nesta quarta-feira em audiência de mediação no MPT, o banco disse que contratou 325 funcionários em dezembro, o que representa o corte de 955 empregos no último mês de 2012. 

"Enquanto o Brasil não voltar a ser signatário da Convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas, é preciso encontrar travas para acabar com essa verdadeira sangria de empregos nos bancos, especialmente os privados", ressalta Rosane Alaby.


Fonte: Contraf-CUT

Inscrições para bolsa auxílio-educação do Itaú terminam nesta sexta


Termina nesta sexta-feira, dia 11, o prazo de inscrições para os funcionários do Itaú solicitarem a bolsa auxílio-educação, programa que subsidia parte das despesas com a primeira graduação. As regras para participar estão publicadas na íntegra no portal da instituição financeira.

Após negociação com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, ficou definido que seriam 5.500 bolsas de estudo concedidas aos trabalhadores do banco em todo o país, sendo distribuídas 4 mil para bancários, mil para funcionários com deficiência e 500 para não bancários.

Segundo Jair Alves, diretor da Fetec/SP, e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que assessora a Contraf-CUT nas negociações, a bolsa é concedida na forma de reembolso, correspondendo a 70% da mensalidade, limitado a R$ 320. O reembolso é de 11 mensalidades, no período entre fevereiro e dezembro de 2013.

A lista de contemplados será divulgada no final de janeiro. Até a data da divulgação é necessário que o funcionário com direito a bolsa esteja matriculado em algum curso de ensino superior reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Como fazer a inscrição

Faça a busca por: Bolsa Auxílio Educação

Navegue por: feito para mim > remuneração e benefícios > bolsa > auxílio educação. 

Ou acesse: administração central / rede de agências.

Em caso de dúvidas, o funcionário deve ligar diretamente para a Central de Pessoas do Itaú (fone 0800 770 2077).

Novos avanços em 2013

Para Jair, os funcionários do Itaú esperam novos avanços em 2013. "Para tanto, continuaremos este ano discutindo a ampliação do número de bolsas e o aumento do valor concedido. Além disso, lutaremos pela inclusão não somente de cursos relativos à primeira graduação, mas também dos cursos de pós-graduação", projeta. 


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

Pesquisa nacional aponta 57 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2012


Crédito: Contraf-CUT
Contraf-CUTContraf-CUT e CNTV lançam pesquisa em coletiva de imprensa em São Paulo

Pesquisa nacional mostra que 57 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2012, uma média de quase 5 vítimas fatais por mês, o que representa aumentos de 16,3% em relação a 2011, quando foram registradas 49 mortes, e de 147,8% em comparação com 2010, que teve 23 mortes. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.

> Clique aqui para acessar a pesquisa completa

São Paulo (15), Bahia (8), Rio de Janeiro (7), Ceará (4), Paraná (4), Alagoas (3) e Rio Grande do Sul (3) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência (53%) foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 30 mortes. Já a maioria das vítimas (58%) foram clientes (33), seguido de vigilantes (9) e policiais (6). Dois bancários também foram mortos.

Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes mostram, sobretudo, a insuficiência de investimentos dos bancos para melhorar a segurança. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 35,8 bilhões de janeiro a setembro de 2012. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,2 bilhões, o que significa 6,03%, em média, na comparação com os lucros.

"Essas mortes são preocupantes e comprovam o descaso e a carência de investimentos dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes, bem como revelam a fragilidade da segurança pública diante da falta de policiais e viaturas nas ruas e ações de inteligência para evitar ações criminosas", avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. 

"Esses números assustadores reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Precisamos avançar o projeto de estatuto de segurança privada, que está em construção no Ministério da Justiça, a fim de incluir equipamentos de prevenção e medidas eficazes para garantir a proteção da vida das pessoas, eliminar riscos e oferecer segurança para trabalhadores e clientes", salienta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.

Mortes por estados 

São Paulo registra novamente o maior número de ocorrências (15), o que representa 26% das mortes. A Bahia aparece em segundo lugar com 8 casos (14%). 

Ocorrências por Estados
Brasil - Janeiro a Dezembro
UF
2011
2012
Variação
%
%
%
SP
16
32,7%
15
32,7%
-6,3%
BA
1
2,0%
8
18,4%
700,0%
RJ
9
18,4%
7
8,2%
-22,2%
CE
1
2,0%
5
8,2%
400,0%
PR
4
8,2%
4
8,2%
0,0%
AL
0
0,0%
3
6,1%
-
RS
4
8,2%
3
4,1%
-25,0%
PA
2
4,1%
2
2,0%
0,0%
PE
1
2,0%
2
2,0%
100,0%
MT
3
6,1%
1
2,0%
-66,7%
DF
0
0,0%
1
2,0%
-
MG
1
2,0%
1
2,0%
0,0%
SE
0
0,0%
1
2,0%
-
SC
1
2,0%
1
2,0%
0,0%
RN
1
2,0%
1
2,0%
0,0%
ES
0
0,0%
1
0,0%
-
PB
0
0,0%
1
0,0%
-
GO
4
8,2%
0
0,0%
-100,0%
PI
1
2,0%
0
0,0%
-100,0%
Total
49
100,0%
57
100,0%
16,3%
Fonte: Notícias da imprensa
  
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários

 


Tipos de ocorrências

O levantamento aponta que os crimes de "saidinha de banco" seguem liderando as ocorrências, tendo causado 30 mortes, o que representa 53% dos casos. Em segundo lugar aparece pela primeira vez as mortes em assaltos a correspondentes bancários, com 9 mortes (16%). Na terceira posição estão os assassinatos em assaltos a agências, com 8 vítimas fatais (14%).

Tipo de ocorrência
Brasil - Janeiro a Dezembro
Tipo de ocorrência
2011
2012
Variação
%
%
%
Saidinha de banco
32
65,3%
30
52,6%
-6,3%
Assalto a correspondentes
5
10,2%
9
15,8%
80,0%
Assalto a agências
5
10,2%
8
14,0%
60,0%
Transporte de valores
2
4,1%
5
8,8%
150,0%
Abastecimento de caixas eletrônicos
2
4,1%
3
5,3%
50,0%
Assalto a caixa eletrônico
2
4,1%
2
3,5%
0,0%
Assalto a PAB
1
2,0%
0
0,0%
-100,0%
Total
49
100,0%
57
100,0%
16,3%
Fonte: Notícias da imprensa
  
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários


  


A Contraf-CUT e a CNTV defendem ações preventivas que visem enfrentar a "saidinha de banco". Para Carlos Cordeiro, "esse crime começa dentro dos bancos e, para combatê-lo, é preciso evitar a ação dos olheiros na hora do saque de clientes nos bancos, através de medidas como a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos". "Proibir o uso do celular nos bancos é uma medida ineficaz, pois não impede a visualização das operações", salienta.

"Além disso, é fundamental a colocação de portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real nos espaços de circulação de clientes, e vidros blindados nas fachadas", reforça Boaventura.

Outra medida defendida por bancários e vigilantes é a isenção de tarifas de transferência de recursos (DOC, TED), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça. "Muitos clientes sacam valores expressivos para não pagar as altas tarifas dos bancos e viram alvos de assaltantes cada vez mais ousados", justifica Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

O crescimento das mortes em assaltos a correspondentes bancários não surpreende a Contraf-CUT e a CNTV. "Os bancos estão empurrando cada vez os clientes para esses estabelecimentos que não possuem segurança, aumentando o risco e causando a morte de pessoas", ressalta Boaventura.
Houve também 5 mortes (9%) envolvendo transporte de valores. "Ocorreram novamente mortes de policiais que faziam 'bico', o que é ilegal e mata, além de outras pessoas que transportavam numerário fora do que estabelece a lei federal nº 7.102/83", destaca Boaventura. "Essa redução de custos tem sido mortal, o que é inaceitável".

Perfil das vítimas

A pesquisa revela que os clientes permanecem sendo as principais vítimas em assaltos envolvendo bancos. Na comparação entre 2011 e 2012, o número de mortes subiu de 30 para 33, um crescimento de 10%. Quase todos foram assassinados em "saidinhas de banco".

Tipo de vítima
Brasil - janeiro a dezembro
Vítimas
2011
2012
Variação
%
%
%
Clientes
30
61,2%
33
57,9%
10,0%
Vigilantes
8
16,3%
9
15,8%
12,5%
Policiais
4
8,2%
6
10,5%
50,0%
Transeuntes
6
12,2%
4
7,0%
-33,3%
Bancários
1
2,0%
2
3,5%
100,0%
Outros
0
0,0%
3
5,3%
-
Total
49
100,0%
57
100,0%
16,3%
Fonte: Notícias da imprensa


Elaboração: DIEESE - Rede Bancários





"Os bancos não podem tratar a 'saidinha de banco' como problema de segurança pública ou então responsabilizar os clientes", avalia Carlos Cordeiro. "Os bancos têm que adotar medidas concretas para prevenir essa ação criminosa que está tirando a vida de pessoas porque sacaram dinheiro em condições inseguras", alerta.

Os vigilantes ocupam o segundo lugar entre as vítimas, seguidos de policiais e transeuntes. Dois bancários também foram mortos. "Os bancos e as empresas de vigilância têm que ampliar equipamentos de prevenção e garantir melhores condições de trabalho, pois é inaceitável que os trabalhadores continuem sendo vítimas da falta de investimentos", ressalta o presidente da CNTV.

Gênero das vítimas

A pesquisa aponta pela primeira vez o gênero das vítimas. Na sua esmagadora maioria (53), os homens são os que mais morrem em assaltos envolvendo bancos. O que representa 93% dos casos. 

Ocorrência por Gênero
Brasil - janeiro a dezembro de 2012

%
Homens
53
93,0%
Mulheres
4
7,0%
Total
57
100,0%


"Geralmente os homens sacam quantias maiores de dinheiro, são maioria nas atividades de segurança, estão mais expostos ao risco e reagem mais à ação dos assaltantes", avalia Boaventura. "Os bancos e as autoridades de segurança pública têm que tomar providências para evitar essas tragédias que arrasam inúmeras famílias em todo país", alerta.

Faixa etária das vítimas

A pesquisa também revela pela primeira vez a faixa etária das vítimas, na sua maioria identifica nas notícias da imprensa. A faixa que registrou em 2012 o maior número de mortes é a de 41 a 50 anos, com 11 ocorrências (19%), seguida das faixas de 31 a 40 anos, com 9 casos (16%) e de até 30 anos, igualmente com 9 assassinatos (16%). Idosos também foram mortos. A faixa com mais de 60 anos registra 6 vítimas fatais (11%).

Ocorrências por Faixa Etária
Brasil - Janeiro a Dezembro de 2012
 
%
Até 30 anos
9
15,8%
De 31 a 40 anos
9
15,8%
De 41 a 50 anos
11
19,3%
De 51 a 60 anos
7
12,3%
Mais de 60 anos
6
10,5%
Não consta
15
26,3%
Total
57
100,00%


"Esses dados revelam que todas as faixas etárias correm risco de morte nos bancos, diante das instalações vulneráveis de segurança. Além do mais, o atendimento bancário é atividade de risco. Os bancos têm que assumir a sua responsabilidade para proteger a vida das pessoas", enfatiza Carlos Cordeiro.

Carência de investimentos dos bancos

Conforme estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados de janeiro a setembro de 2012, os cinco maiores bancos lucraram R$ 35,8 bilhões e tiveram despesas com segurança e vigilância de R$ 2,2 bilhões. Comparando os números, os bancos gastaram 6,03% dos lucros em segurança e vigilância.

Despesas com Segurança e Vigilância e lucro dos  cinco maiores bancos do país
 janeiro a setembro de 2012 (em R$ bilhões)


Banco
Despesas com Segurança e Vigilância
Lucro Líquido
%

Itaú Unibanco
                                      0,38
                                    10,10
3,8%

Bradesco
                                      0,32
                                      8,61
3,7%

Banco do Brasil
                                      0,61
                                      8,24
7,4%

Santander
                                      0,42
                                      4,73
8,8%

Caixa
                                      0,52
                                      4,20
12,4%

Total
                                      2,26
                                    35,87
6,3%

*Dados mais recentes divulgados pelos bancos.



"Esses dados dos balanços comprovam mais uma vez o que constatamos há muito tempo: os bancos não priorizam a vida das pessoas, pois gastam muito pouco com segurança em comparação com os seus lucros astronômicos", avalia Boaventura.

"Está na hora de os bancos tratarem as despesas de segurança e vigilância como investimentos, colocando a vida das pessoas em primeiro lugar, garantindo atendimento somente em condições seguras e protegidas, a fim de acabar com essas mortes em assaltos, que ainda deixam inúmeros feridos e traumatizados pelo Brasil afora", conclui Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT e CNTV com notícias da imprensa