quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Gerente do BB é sequestrado e família vira refém no interior do Ceará

  
Um gerente do Banco do Brasil de Paraipaba, localizada a 93 quilômetros de Fortaleza, foi sequestrado e a sua família ficou refém de bandidos nesta segunda-feira (29), segundo o Comando de Policiamento do Interior (CPI) do Ceará. 

O bancário foi impedido pela Polícia Militar de abrir o cofre da agência para retirada de dinheiro. Ele foi denunciado pelo vigilante, que estranhou a presença do gerente no início da manhã. 

Perguntado sobre a situação, ele afirmou que os sequestradores haviam pedido uma quantia para soltar os 14 familiares que estavam mantidos como reféns. O gerente foi orientado a não entregar o dinheiro. 

O Ronda do Quarteirão informou que a família já foi abandonada próximo a uma fábrica no município de Pacajus, a 49 km de Fortaleza. Uma viatura foi enviada para trazer a família, que reside em Fortaleza. 


Fonte: Ceará em Rede

Contraf-CUT discute ponto eletrônico e respeito à jornada com Santander

  
A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reuniram com representantes do Santander na tarde desta terça-feira (30). Foi discutida a proposta de firmar um acordo coletivo que trata do "Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada de Trabalho, em conformidade com a Portaria nº 373, de 25/02/2011". A reunião ocorreu na sede da Confederação, em São Paulo.

Ou o banco espanhol negocia e assina um instrumento com o movimento sindical ou então adquire e instala o Relógio de Ponto Eletrônico (REP), conforme determina essa portaria que está vigente desde abril, após vários adiamentos.

Apresentação do ponto eletrônico

Representantes do banco espanhol fizeram uma nova apresentação do ponto para os dirigentes sindicais, que aproveitaram para perguntar sobre o funcionamento do sistema e esclarecer dúvidas dos funcionários.

Segundo o banco, não há restrições para a marcação da jornada. O registro é feito mediante passagem do crachá funcional. São necessárias pelo menos quatro marcações diárias, sendo obrigatório o cumprimento do intervalo para refeição.

As marcações realizadas podem ser visualizadas pelo funcionário ou pelo gestor a qualquer momento. A assinatura eletrônica do ponto ocorre no dia 10 de cada mês. Toda quarta-feira é enviado e-mail para os funcionários sobre pendências de justificativas. 

Nas agências só o gerente geral (GG) não bate ponto. Conforme os representantes do banco, não há bloqueio do gestor para registro da jornada e não é possível o gestor fazer login em dois terminais ao mesmo tempo.

O acordo do ponto não reconhece banco de horas e compensação de jornada.

"A apresentação feita pelo banco mostra que o sistema se encontra programado para o registro da jornada trabalhada pelo funcionário e a proposta de acordo coletivo é semelhante aos instrumentos já assinados com outros bancos, como Bradesco e Itaú", avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Desrespeito à jornada

Os dirigentes sindicais, no entanto, apontaram vários problemas de gestão no ponto eletrônico. Há casos de agências onde funcionários marcam o horário de saída e são obrigados a continuar trabalhando com o login do gestor, o que é fraude. Outra irregularidade é a realização de reuniões fora da jornada, sem registro no ponto. 

Há ainda situações em que o funcionário é convocado para chegar mais cedo e executar tarefas sem necessidade de usar login e, portanto, sem marcação do ponto.

Como se não bastasse, existem problemas com a compensação da jornada, que não foi objeto de negociação com o movimento sindical. Os funcionários reclamam que são obrigados a sair mais cedo do trabalho, chegar mais tarde ou esticar o intervalo para refeição, a fim de compensar horas extras. Não há diálogo com o funcionário para discutir o dia e o horário para folgas.

"Esses problemas de gestão precisam ser resolvidos pelo banco. Aliás, essas questões já foram cobradas em reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas, mas seguem acontecendo, o que caracteriza o descumprimento da jornada de trabalho", destaca a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Odinei Silva, apontou a necessidade de mudar o procedimento para gerentes que visitam clientes. Hoje, eles registram o horário de saída e no dia seguinte justificam e lançam horas extras, se houver. "Mas se o funcionário sofrer um acidente de trabalho durante o período de visita não estará registrado no ponto", denuncia. "O banco tem que mudar o sistema e fazer os ajustes para não deixar o funcionário desprotegido", aponta.

Os representantes do banco ficaram de avaliar as questões apontadas pelos dirigentes sindicais. "A solução desses problemas é fundamental para o encaminhamento do acordo do ponto eletrônico", ressalta Ademir.

Calendário de reuniões

Após cobrança da Contraf-CUT, federações e sindicatos, o Santander enviou nesta terça-feira o calendário das reuniões previstas no aditivo à convenção coletiva dos bancários. 

Confira:

. 22 de novembro - Comitê de Relações Trabalhistas
. 5 de dezembro - Grupo de Trabalho do SantanderPrevi
. 13 de dezembro - Grupo de Trabalho do Call Center
. 9 de janeiro - Fórum de Saúde e Condições de Trabalho
. 23 de janeiro - Reunião sobre Igualdade de Oportunidades

"A retomada dessas reuniões é muito importante, a fim de debatermos as demandas específicas dos funcionários, na perspectiva de melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida", salienta Maria Rosani.


Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Taxa de desemprego é a menor para o mês setembro desde 2002

  
Resistente à crise e à freada da economia global, o mercado de trabalho seguiu firme em setembro, quando a taxa de desemprego ficou em 5,4%, nível historicamente baixo e similar ao registrado em agosto (5,3%). Foi a menor taxa para um mês de setembro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002.

Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (25). Em setembro de 2011, a taxa havia sido mais alta: 6%.

De acordo com o IBGE, o número de empregos gerados em setembro cresceu 0,9% na comparação com agosto e teve alta de 2,3% na comparação com setembro do ano passado, chegando ao total de 23,2 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas.

Já o contingente de desocupados, estimado em 1,3 milhão de pessoas, refletiu estabilidade em relação ao mês anterior e queda de 8,6% frente a setembro do ano passado (menos 125 mil pessoas).

Por sua vez, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,4 milhões) também não registrou variação na comparação com agosto. Na comparação anual, houve uma alta de 3,6%, representando um adicional de 393 mil postos de trabalho com carteira assinada.

O rendimento médio real dos ocupados, estimado em R$ 1.771,20, também não sofreu variação significativa frente a agosto. Na comparação com setembro de 2011, houve expansão de 4,3%.

Já a massa de rendimento real (de R$ 41,3 bilhões, no total) aumentou 0,9% em relação a agosto e 6,5% em relação a setembro de 2011.


Fonte: Folha.com

Santander Brasil lucra R$ 5,6 bi até setembro, 25% do resultado mundial


O Santander Brasil divulgou nesta quinta-feira (25) lucro líquido de R$ 5,694 bilhões de janeiro a setembro deste ano no padrão contábil internacional, o IFRS, o que significa uma queda de 4,41% em relação aos primeiros nove meses de 2011. Esse montante representa 25% do resultado do banco espanhol em todo mundo.

No terceiro trimestre, o banco lucrou R$ 2,511 bilhões no Brasil, alta de 72,11% em relação ao resultado de R$ 1,459 bilhão no período entre abril e junho, segundo análise preliminar do Dieese.

O banco voltou a gerar empregos. No primeiro trimestre, o quadro era de 55.053 funcionários, sendo reduzido para 54.918 no segundo trimestre, o que representou um corte de 135 vagas. No terceiro trimestre, o número de trabalhadores subiu para 55.120, significando a criação de 202 vagas.

"A pequena ampliação de postos de trabalho é positiva, mas insuficiente diante da abertura de 90 agências nos últimos 12 meses. Há ainda carência de funcionários nas unidades. O banco tem que fazer novas contratações e acabar com a rotatividade, a fim de gerar mais empregos, melhorar as condições de trabalho, garantir qualidade de atendimento para os clientes e a população e contribuir com o desenvolvimento do país", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

PPDs reduzem lucro

O lucro teria sido muito maior se o banco não utilizasse outra vez a manobra contábil de superdimensionar as provisões para devedores duvidosos (PDDs), que somaram R$ 11,389 bilhões, um crescimento de 30,95% em relação a setembro de 2011 e 46,34% em relação ao segundo trimestre de 2012. 

"Essa maquiagem é um velho truque dos bancos para diminuir os lucros. As instituições financeiras perseguem vários objetivos com essa mágica, como a redução da PLR dos bancários, a tentativa de justificar a contenção da oferta de crédito e a manutenção das altas taxas de juros, spreads e tarifas bancárias", critica o presidente da Contraf-CUT.

Receita de tarifas crescem

O truque de subir as tarifas para compensar a redução cosmética das taxas de juros de algumas linhas de crédito também ficou comprovado no balanço do Santander.

A soma das receitas de prestação de serviços e das tarifas bancárias foi elevada em 11,38% em relação aos primeiros nove meses de 2011. Mas, separadas, o Dieese observa um crescimento de 20,14% na renda de tarifas em 12 meses, atingindo R$ 2,285 bilhões, e 3,2%, no último trimestre, alcançando R$ 763 milhões.

Por sua vez, as receitas com a prestação de serviços cresceram 7,85% em relação a setembro de 2011, chegando a R$ 5,099 bilhões, e 9,14% na comparação com o segundo trimestre, passando para R$ 1,779 bilhão.

Com isso, a relação entre as receitas de prestação de serviços mais renda das tarifas bancárias e as despesas de pessoal passou para 159,02% em comparação com setembro de 2011. "Isso significa dizer que o banco paga os seus funcionários com essas receitas e ainda tem um excedente de 59,02%", explica Cordeiro.

Outros dados do balanço

As operações de crédito subiram 10,16%, chegando a R$ 207,334 bilhões. As de pessoas físicas foram as que mais cresceram, atingindo 12,49%, e as de pessoas jurídicas apresentaram alta de 9,08%. 

A taxa de inadimplência, para atrasos superiores a 90 dias, foi de 5,1% com alta de 0,8 ponto percentual frente a setembro de 2011 e 0,2 ponto percentual no terceiro trimestre. 

O Santander também divulgou o resultado no padrão contábil brasileiro (BR Gaap). O banco obteve um lucro líquido gerencial (que exclui o ágio das ações) de R$ 4,731 bilhões, uma queda de 5,72% frente ao aos nove primeiros meses de 2011. 

No mundo, PDDs disparam e lucro cai

Maior banco da zona do euro, o Santander apresentou lucro líquido de janeiro a setembro de 1,8 bilhão de euros (2,3 bilhões de dólares), 66% menos do que um ano antes. 

Segundo informativo do banco, os resultados foram prejudicados por perdas contábeis sobre investimentos em imóveis feitos na explosão do mercado imobiliário espanhol. O banco disse que completou 90% das baixas contábeis exigidas pelo governo sobre moradias retomadas e empréstimos irrecuperáveis a construtoras, após contabilizar 5 bilhões de euros (6,5 bilhões de dólares) em perdas.

O banco ainda informou que elevou as provisões para devedores duvidosos (PDDs) na Espanha para 9,5 bilhões de euros entre janeiro e setembro, dando à instituição uma cobertura de 70%. 

O aumento da inadimplência na Espanha se espalhou para além do setor imobiliário, em um momento de recessão no país, que registra índice de desemprego de 25%.

Com isso, a Espanha representa apenas 16% do lucro mundial do Santander, sendo metade gerado na América Latina.


Fonte: Contraf-CUT com Dieese

Ex-donos do Cruzeiro do Sul suspeitos de desviar até R$ 1 bi para exterior



Folha de São Paulo
Julio Wiziack

As fraudes que levaram o Banco Cruzeiro do Sul à liquidação podem ter alimentado contas no exterior em nome dos controladores da instituição em até R$ 1 bilhão. 

A suspeita e a estimativa são de técnicos que acompanham as investigações conduzidas pela Polícia Federal. 

Os supostos desvios foram um dos motivos que levaram o Ministério Público Federal em São Paulo a pedir, na terça-feira, a prisão preventiva dos ex-controladores, Luis Octávio Indio da Costa e Luiz Felippe Indio da Costa. 

Hoje, a PF deve ouvir o depoimento de Luís Felippe Indio da Costa, pai de Luis Octávio ---que continuava preso no Cadeião de Pinheiros, em São Paulo, até o fechamento desta edição. 

As autoridades afirmam que eles têm contas em paraísos fiscais e suspeitam elas foram alimentadas por desvios de recursos do Cruzeiro. 

A Folha apurou que essa é uma das questões a serem apuradas pelo delegado da PF Milton Fornazari Junior durante o depoimento de Luís Felippe, que está em prisão domiciliar, no Rio de Janeiro, por ter mais de 80 anos. 

De acordo com a sentença do juiz Márcio Catapani, "há fatos concretos que demonstram terem os investigados agido com a intenção de subtrair bens à ação do Estado e pô-los a salvo de eventuais medidas determinadas". 

Pelo menos outras cinco pessoas ligadas às fraudes ainda podem ser indiciadas pela PF nos próximos dias. Consultada, a PF não falou até a conclusão desta edição. 

DENÚNCIA 

O Ministério Público Federal em São Paulo só aguarda o encerramento das investigações da PF para concluir a denúncia e enviá-la à Justiça Federal. A previsão é que isso ocorra em duas semanas. 

A Folha tentou contato com Roberto Podval, advogado dos ex-controladores do Cruzeiro, desde terça, e não obteve resposta. 

Até o fechamento desta edição, não havia registro de habeas corpus em nome de Luis Octávio na Justiça, mas Podval fará o pedido. 

Nos bastidores, a expectativa na Justiça e no Ministério Público Federal é que o pedido seja negado. 

Os Indio da Costa respondem por um esquema de fraudes que levaram não somente a um rombo de R$ 2,2 bilhões, mas a um prejuízo ainda não contabilizado ao sistema financeiro. 

Eles são acusados de um esquema de desvios de ativos iniciado em 2009 que abrangia as principais áreas do banco, particularmente a oferta de crédito consignado e fundos de investimento. 

Também são suspeitos de manipular as ações do banco para gerar lucros que não existiam e foram embolsados. 

Bancos cobram tarifas dos clientes que o Banco Central proíbe


Apesar das restrições impostas pelo governo à cobrança de tarifas bancárias, as instituições financeiras estão criando novas tarifas e achando brechas nas normas para cobrar por serviços não contratados pelos clientes. 

Neste ano, as reclamações contra os bancos somente por custos que não foram acordados já somam o equivalente a dos dois anos anteriores juntos, segundo dados compilados pela Secretaria de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça. 

Dados do Banco Central também apontam que a cobrança irregular de serviços não contratados vem ganhando destaque no ranking de reclamações da instituição, que considera só queixas confirmadas como procedentes. No ano passado, elas mais do que triplicaram. 

Um dos problemas apontados pela economista Ione Amorim, do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), são os pacotes de serviços oferecidos pelos bancos. "As instituições financeiras estão usando os pacotes para validar a cobrança de outras tarifas", diz. "São um caminho para driblar as normas." 

Segundo ela, os principais problemas ocorrem nos chamados serviços diferenciados, que incluem desde aluguel de cofres a envio de mensagens automáticas e administração de fundos de investimento. Muitas vezes classificados com nomes diferentes, eles são de difícil comparação pelos clientes. Algumas dessas cobranças também incluem itens que o BC proíbe. 

O Bradesco, por exemplo, passou a cobrar dos clientes, em julho deste ano, pela visualização da imagem dos cheques emitidos nas consultas pela internet. A tarifa de R$ 2 é classificada pelo banco como uma remuneração por "serviços diferenciados". 

Segundo a instituição, o serviço foi implantado gradualmente em todo país e só não foi cobrado enquanto era apenas um projeto-piloto. 

O chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon, diz que a cobrança é irregular. Ele orienta os clientes a denunciar ao BC sempre que identificarem que algum custo foge a regra. Amorim destaca que, mesmo nos pacotes, o cliente precisa ser previamente informado sobre novas cobranças. 

Nessa linha, de acordo com o Idec, o Santander criou novos tipos de extratos, chamados de "inteligentes", que chegam a custar R$ 4,90. O banco diz que esse extrato traz muitas informações além da movimentação de conta e é enviado pelo correio


Fonte: Folha.com

BB e Caixa também "mascaram" cobranças de tarifas, aponta Idec

  
Folha de São Paulo

Apesar do anúncio do governo de que os bancos públicos estão reduzindo suas tarifas, levantamento do Idec mostra que alguns cortes divulgados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal foram feitos após aumentos consideráveis --o que para o instituto, na prática, significa que não há avanço. 

O BB diz que o aumento de receitas com tarifas "deve-se principalmente ao maior consumo de produtos e serviços pelos clientes". Isso ocorreria em razão do ganho de renda, sobretudo das classes C e D, e do investimento da instituição para oferecer produtos "adequados às necessidades dos clientes". 

Além disso, o Banco do Brasil argumenta que a instituição passou a operar em novos segmentos, como crédito imobiliário. 

Sobre o valor das tarifas, afirma que as reduções levaram a um patamar "inferior ao praticado em 2010" e, no caso do serviço de adiantamento a depositantes, o aumento se justifica por conta de mudanças na metodologia de cobrança imposta pelo Banco Central. 

A Caixa atribuiu o aumento na cobrança da tarifa de adiantamento a depositante a novas regras do BC. 

LEVANTAMENTO 

Segundo estudo, o aumento prévio ocorreu com pelo menos três tarifas do BB. Entre elas está a que incide sobre a concessão de adiantamento a depositantes para cobrir contas a descoberto. 

Em abril do ano passado, ela custava R$ 30; em agosto, subiu para R$ 39, e, neste mês, caiu para R$ 38,20. 

Na Caixa, a mesma tarifa era de R$ 27, mas subiu para R$ 43 e depois caiu para R$ 38,20 no mesmo período. 

"É mais publicidade do que efeito na prática", afirma a economista Ione Amorim, do Idec, que coordenou o levantamento. 

Os bancos públicos foram obrigados pelo governo a liderar uma ofensiva para corte dos juros e das tarifas no mercado bancário. 

A divulgação de reajustes no segundo semestre deste ano irritou o ministro Guido Mantega (Fazenda), que determinou o recuo anunciado nas últimas semanas. 

Nos últimos anos, os bancos vêm elevando consecutivamente as receitas relativas às tarifas. O gasto médio com tarifas da clientela dos seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC) calculado pelo Idec subiu de R$ 52,43 para R$ 69,86 entre o primeiro semestre de 2011 e 2012. 


Fonte: Folha de S.Paulo

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Itaú lucra R$ 10,1 bi até setembro e corta 19,4 mil empregos em 1 ano e meio

  
O Itaú anunciou nesta terça-feira (23) um lucro líquido de R$ 10,102 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, alcançando o segundo maior lucro acumulado de janeiro a setembro entre os bancos de capital aberto brasileiro, segundo levantamento da consultoria Economatica. 

Apesar desse resultado bilionário, o banco cortou 7.831 postos de trabalho até setembro. No trimestre, o número de trabalhadores recuou de 92.517 para 90.427, uma redução de 2.090 em três meses. Desta forma, o banco aprofundou ainda mais o processo de fechamento de empregos iniciado em abril do ano passado, totalizando a extinção de 19.409 vagas, conforme análise feita pelo Dieese.

"É um absurdo que o Itaú com esse todo esse lucro estrondoso elimine quase 20 mil de postos de trabalho em apenas um ano e meio, ao invés de contratar funcionários para acabar com a enorme sobrecarga de serviços e melhorar o atendimentos aos clientes e à população", protesta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. 

"O Itaú gasta milhões e milhões de reais com propaganda, mas o balanço revela que o banco não tem compromisso com o Brasil que cresce e se consolida no mundo. Além disso, a instituição mostra que não possui compromisso com os trabalhadores que produzem esse lucro gigantesco. O banco tem que sair da contramão e andar no rumo do desenvolvimento econômico e social com geração de empregos e distribuição de renda", aponta o dirigente sindical.

"Com esses números, vamos intensificar a mobilização e retomar as negociações permanentes com o Itaú no próximo dia 6 de novembro, priorizando a defesa do emprego, o fim da rotatividade, novas contratações e a melhoria das condições de trabalho", destaca. "Também vamos organizar um novo encontro nacional de dirigentes sindicais do Itaú para aumentar a pressão sobre o banco, pois a mobilização é a única linguagem que o banco entende", enfatiza Cordeiro.

Truque da PDD 

Embora o lucro líquido até setembro tenha sido 7,6% menor que o apurado no mesmo período do ano passado, ele teria sido muito maior se o banco não usasse outra vez a manobra contábil de superdimensionar as provisões para devedores duvidosos, que passaram de R$ 14.458.717 nos primeiros nove meses em 2011 para R$ 17.959.140 no mesmo período de 2012, um crescimento de 24,21%.

"Essa maquiagem é um velho truque dos bancos para diminuir os lucros. As instituições financeiras perseguem vários objetivos com essa mágica, como a redução da PLR dos bancários, a tentativa de justificar a contenção da oferta de crédito e a manutenção das altas taxas de juros, spreads e tarifas bancárias", critica o presidente da Contraf-CUT. 

A taxa de inadimplência real cresceu apenas 0,4 ponto percentual em relação a setembro de 2011 e caiu 0,1 ponto percentual em comparação a junho de 2012, o que demonstra estabilidade no período. "Nem a desculpa da inadimplência pode ser usada para justificar esse altíssimo provisionamento", observa Cordeiro.

No terceiro trimestre, o Itaú apresentou lucro líquido de R$ 3,372 bilhões, uma queda de 11,4% ante igual período do ano passado. Os ativos totais alcançaram R$ 960,2 bilhões, quase na casa de R$ 1 trilhão, apresentando aumento de 8% em relação ao final do trimestre anterior e evolução de 14,7% sobre o mesmo período de 2011. 

O patrimônio líquido cresceu 4,4% no terceiro trimestre e atingiu R$ 78,979 bilhões. Na comparação com setembro de 2011, a alta foi de 15,8%.

Receitas de tarifas crescem

O truque de que os bancos subiram as tarifas para compensar a redução cosmética das taxas de juros de algumas linhas de crédito também ficou comprovado no balanço do Itaú. 

Houve aumento de aproximadamente 16% nas receitas de tarifas bancárias, passando de R$ 3,75 bilhões para R$ 4,35 bilhões, em comparação ao terceiro trimestre de 2011 e tiveram crescimento de 0,58% no trimestre. As demais receitas de prestação de serviços subiram 5,46%, chegando a R$ 10,77 bilhões em setembro.

Com isso, o excedente da cobertura das despesas de pessoal pelas receitas de prestação de serviços mais renda das tarifas bancárias cresceu 8,1 pontos percentuais, passando de 138,93% para 146,94%, comparativamente entre os nove primeiros nove meses de 2011 e 2012. 

"Isso significa dizer que o banco paga os seus funcionários com essas receitas e ainda tem uma sobra equivalente a 46,94%", explica Cordeiro.

Outros bancos

Mais três bancos se preparam para divulgar os seus balanços do terceiro trimestre. O Santander anuncia os resultados nesta quinta-feira (25); o Banco do Brasil, no dia 31; e o Banrisul, no dia 12 de novembro.

O Bradesco apurou lucro de R$ 8,6 bilhões até setembro, conforme números divulgados na segunda-feira (22).


Fonte: Contraf-CUT

Após cobrança da Contraf-CUT, BB volta a convocar os concursados

  
Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloConcursados tomam posse no BB em São Paulo nesta segunda-feira 22

Depois que a Contraf-CUT enviou ofício ao Banco do Brasil, no dia 11 de outubro, criticando a suspensão da convocação de concursados e solicitando que recuasse de sua decisão, o banco público voltou a chamar os trabalhadores aprovados nos exames e anunciou a realização de novos concursos em 15 estados do país.

Leia aqui a carta enviada pela Contraf-CUT ao BB cobrando a contratação dos concursados.

"Foi um flagrante desrespeito aos milhares de cidadãos aprovados no concurso a suspensão da posse de dezenas de aprovados que já haviam recebido a convocação e estavam em processo de qualificação para começar a trabalhar. Muitas dessas pessoas já tinham pedido demissão de empregos anteriores e tiveram prejuízos por uma decisão irresponsável da direção do BB", criticou William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

"Ao suspender as contratações, o banco prejudicou também a vida de seus clientes, pois em muitas agências o atendimento está comprometido por falta de funcionários", acrescentou William.
Em resposta à carta da Contraf-CUT, o BB respondeu no dia 15 de outubro que "as convocações e posses de concursados estão em seu curso normal".

Veja aqui a resposta do BB à cobrança da Contraf-CUT.

Cumprindo esse compromisso, o banco voltou a convocar os aprovados nos concursos. Nesta segunda-feira 22, o BB deu posse a 62 concursados no município de São Paulo.

E na sexta-feira 19 o banco público federal publicou edital para anunciar a abertura de concurso para formação de cadastro de reserva para o cargo de escriturário em 15 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. 

"Com isso, o BB corrige uma injustiça que afetou muitos concursados. Além disso, a medida prejudicava a atuação do banco, neste momento de expansão do crédito, política de queda de juros e tarifas, captação de três milhões de novos clientes, ampliação do atendimento nas agências com o programa Bompratodos e redução do número de caixas nas agências desde a implantação das Plataformas de Suporte Operacional (PSO)", conclui William Mendes.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo