quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Justiça do Rio condena Itaú a indenizar vítimas de roubo dentro da agência



A Justiça do Rio de Janeiro condenou o Itaú a pagar R$ 12.600 por danos morais e materiais a um casal de idosos, vítima de roubo dentro da agência de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. A decisão foi divulgada na segunda-feira (29) pela assessoria do Tribunal de Justiça.

Na fila do caixa preferencial, os clientes foram abordados por uma mulher com cerca de 40 anos que, portando uma arma, coagiu Marlene Teixeira Ponso e José Vicente Ponso a sacarem R$ 6 mil. Como eles não possuíam a quantia na conta, a criminosa, passando por nora do casal, procurou a gerência do banco e conseguiu a liberação do dinheiro por meio de crédito especial.

O relator do recurso, desembargador Cláudio de Mello Tavares, disse que a agência bancária não promoveu nenhuma atitude prudente para resguardar a segurança dos clientes, sendo o dinheiro liberado mesmo não havendo saldo suficiente na conta corrente das vítimas.

"O banco tem o dever legal de garantir a segurança de todas as pessoas, clientes ou não que adentram ao seu estabelecimento em horário em que, por profissão ou destinação, se abre ao público. Que não pode ser afastado nem mesmo pelo fato doloso de terceiro (o assalto), assumindo o banco, neste caso, uma responsabilidade fundada no risco integral", afirmou o desembargador.

Em seu voto, o relator citou a Lei nº 5.939/2011 que veda, no Estado do Rio de Janeiro, o uso de celulares, radio transmissores, palmtops e equipamentos similares dentro de agências bancárias, inclusive para os próprios bancários, em uma tentativa de reduzir o número de casos de assaltos ocorridos quando os clientes saem de agências após efetuarem o saque.

Ainda de acordo com o magistrado, a decisão abre`precedentes. "Importante consignar que esta decisão abre precedentes para que outras pessoas, em igual situação, ao se sentirem lesadas e desprotegidas, possam recorrer ao Poder Judiciário para que possam ser ressarcidas dos danos sofridos. Esperando-se, com isso, que as outras instituições financeiras reorganizem sua segurança, visando, principalmente, a segurança de seus clientes e não só a segurança patrimonial", ressaltou.

A decisão foi proferida nos recursos interpostos pelo Itaú e pelos idosos contra a sentença da 1ª Vara Cível do Fórum Regional da Leopoldina. Por unanimidade de votos, a 11ª Câmara Cível do TJ negou provimento aos recursos e confirmou a sentença.


Fonte: Rede Clipex

Projeto de lei obriga segurança nas áreas de caixas eletrônicos em MS



Crédito: A. Ramos/Capital News
A. Ramos/Capital News Tramita na Assembleia Legislativa projeto de lei que visa dar mais segurança aos usuários de caixas eletrônicos em Mato Grosso do Sul. A proposta é de autoria do 1º vice-presidente da Casa de Leis, deputado estadual Maurício Picarelli (PMDB).

O projeto dispõe sobre a obrigatoriedade de serviços de segurança privada nas áreas de autoatendimento das agências, caixas eletrônicos, terminais e outros equipamentos assemelhados.

As instituições bancárias e financeiras serão obrigadas a manter vigilância ostensiva pelo período integral de atendimento ao público, dispondo de alarme sonoro interligado com órgãos de segurança pública ou empresa prestadora de serviços de vigilância, de equipamentos de captação de imagens e vigilantes.

O vigilante deverá estar devidamente uniformizado e utilizando colete à prova de bala nível três, fornecido pela instituição bancária ou financeira. O projeto prevê advertências e multas caso as normas não sejam cumpridas. Os recursos arrecadados com as multas serão destinados à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

"O objetivo é criar novos mecanismos que proporcionem mais segurança aos consumidores. A presença de vigilantes durante todo o período em que for oferecido o serviço de autoatendimento externo às agências bancárias irá coibir a prática de crimes, já que a segurança desses locais estará diretamente ligada ao órgão de segurança competente, dando mais celeridade à captura dos infratores", justifica Picarelli.


Fonte: Assembleia Legislativa de MS

Justiça impede novas agências do Banco Postal em Alagoas sem segurança



A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em Alagoas e o Bradesco(ou quem o suceder) estão impedidos de instalar novas agências do Banco Postal, exceto se as mesmas tiverem os sistemas de segurança previstos na Lei nº. 7.102/83.

A determinação é da Justiça Federal em Alagoas e atende a pedido de antecipação de tutela feito pelo Ministério Público Federal em Alagoas, em ação civil pública proposta para garantir a implementação de medidas de segurança em todas as agências que oferecem os serviços do Banco Postal. Em caso de descumprimento da decisão liminar, tantos os Correios quanto o Bradesco vão ter que arcar com multa diária de R$ 2 mil.

Assinada pelo procurador da República, Rodrigo Tenório, a ação civil pública é resultado de inquérito civil público instaurado pelo MPF, com o objetivo de averiguar as condições de segurança nas agências dos Correios em Alagoas que realizam a função de correspondentes bancários do Bradesco, operador do Banco Postal.

De acordo com os autos da ação, entre os anos de 2003 e 2009, foram instaurados 77 inquéritos policiais para a apuração de crime de roubo contra as agências da ECT em Alagoas. Ainda segundo os autos, em 2008 ocorreram 25 roubos; e, em 2009 as agências foram assaltadas 29 vezes. Em 2010, no período de janeiro a maio, foram registrados sete assaltos.

Prejuízo

O MPF/AL também apurou que entre março e outubro de 2008, as Agências de Arapiraca, Coqueiro Seco, Barra de Santo Antônio, Cacimbinhas, Jacaré dos Homens, Satuba e Tanque Só em 2009, no período de janeiro a julho, o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 412.198,69.

A falta de infra-estrutura apropriada, conforme os autos da ação civil pública, também atrapalhou a apuração adequada dos crimes. Relatório produzido pela Coordenadoria de Segurança Institucional do MPF/AL aponta como fator de risco para a ocorrência dos delitos a inadequação das agências da ECT quanto às instalações físicas, aos recursos humanos e aos equipamentos de segurança.

"Em diversas agências não há sequer controle de acesso, sensores de presença, central de monitoramento ou seguranças armados", informa o relatório.

Informações repassadas pela própria Diretoria Regional da ECT, no decorrer do inquérito civil público, confirmam que, dentre as 114 agências prestadoras de serviço de Banco Postal no Estado de Alagoas, apenas 33 possuem vigilância armada.

Nas agências, além da abertura de contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança; recebimentos e pagamentos relativos a contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança, de uma série de outras atividades próprias de instituições financeiras são realizadas.

Segundo o procurador da República Rodrigo Tenório, a grande quantidade de crimes indica o altíssimo risco a que estão submetidos os usuários dos serviços do denominado Banco Postal.

Pedido principal

Além da condenação da ECT/AL e do Bradesco a implementar as medidas de segurança num prazo de 180 dias, conforme dispõe a Lei nº 7.102/83, o MPF/AL pede também a reparação dos danos morais difusos sofridos pela coletividade dos usuários e empregados, no valor de 10% do faturamento do Banco Postal, em favor do Fundo Nacional de Direitos Difusos.

E, no pedido de antecipação de tutela, que os Correios e o Banco Bradesco S/A (ou quem o suceder)não instalem novas agências do Banco Postal sem sistemas de segurança, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil.


Fonte: Ascom MPF/AL

Bancários entregam pauta específica para renovar aditivo ao Santander



Crédito: Roberto Parizotti/Contraf-CUT
Roberto Parizotti/Contraf-CUT O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entregou nesta terça-feira, dia 30, ao Santander, em São Paulo, a pauta específica de reivindicações dos funcionários para a renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A minuta é resultado da participação de milhares de trabalhadores do banco espanhol em todo país, que apontaram em consulta nacional as prioridades para melhorar as condições de saúde e trabalho e buscar novas conquistas.

Durante a entrega, foi reivindicado que o atual aditivo, cuja vigência termina nesta quarta-feira, dia 31, tenha a sua validade prorrogada até o final das negociações. O Santander se comprometeu em já prorrogar o aditivo por 30 dias.

Os dirigentes sindicais defenderam que as negociações específicas com o Santander ocorram concomitantemente às gerais da categoria com a Fenaban, da mesma forma como já acontece com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco da Amazônia, o Banco do Nordeste e vários bancos estaduais. O banco ficou de analisar a proposta.

A pauta é composta por dois blocos distintos. O primeiro reúne cláusulas já existentes no atual acordo, onde se reivindica apenas a renovação, corrigindo-se datas e valores. O segundo é integrado por propostas de novas cláusulas ou temas que requerem apenas uma nova redação.

Clique aqui para ver a íntegra da pauta específica.

Principais reivindicações

A garantia de emprego, mais contratações e o Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) estão entre as principais reivindicações.

Também merece destaque a proposta de cinco ausências abonadas por ano para cada trabalhador. Como durante o ano existem sete meses com 31 dias e, nestas ocasiões, os bancários só recebem por 30 dias, o mesmo acontecendo com o mês de fevereiro, quando são trabalhados 28 dias e a remuneração equivale a 30, cinco dias ficam de graça todos os anos para o banco. É esse período que os bancários querem que seja transformado em ausências abonadas, como já acontece com os trabalhadores do banco na Espanha.

Também consta o empréstimo de férias no valor de um salário, cujo pagamento pelo bancário ocorreria em dez parcelas sem juros. Para o auxílio-educação, já conquistado e incluído no aditivo, está sendo reivindicada a ampliação para cursos de pós-graduação e de idiomas.

Outras demandas importantes são a manutenção do plano de saúde durante a aposentadoria nos mesmos moldes dos trabalhadores da ativa e a permanência do banco no patrocínio aos fundos de pensão (SantanderPrevi, Banesprev e Bandeprev) e à Cabesp.

"Esperamos que o processo de negociação seja agilizado, ao contrário do que ocorreu por ocasião dos acordos anteriores, como forma de valorizar os funcionários, os principais responsáveis pelo lucro de R$ 4,154 bilhões no primeiro semestre deste ano no Brasil, o que representa 25% do resultado mundial do Santander, a maior participação em todos os países onde o banco opera", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr

"Todas as reivindicações têm apenas um objetivo: melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos funcionários. São cláusulas sociais fundamentais que garantirão, por exemplo, que as pessoas passem um pouco mais de tempo com seus familiares ou possam se qualificar melhor. Propostas que o banco pode atender para valorizar os bancários", ressalta a secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.

Mobilização

Com a entrega da pauta específica, os trabalhadores do Santander têm mais um bom motivo para vestir a camisa da Campanha Nacional dos Bancários. "Todos os funcionários devem participar ativamente da mobilização, pressionando a Fenaban e o Santander para que possamos avançar na luta por emprego decente com aumento real e novas conquistas", destaca Ademir.

"É fundamental que os trabalhadores se empenhem muito para assegurar avanços tanto na negociação específica com o Santander quanto nas gerais com a Fenaban", conclui Rita.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

Bancos negam garantia de emprego. Negociações continuam nesta quarta



Crédito: Roberto Parizotti/Contraf-CUT
Roberto Parizotti/Contraf-CUT Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, quer emprego decente

As negociações da Campanha Nacional dos Bancários de 2011 começaram nesta terça-feira 30, em São Paulo, com os bancos recusando-se a atender as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores: garantia de emprego e ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o fim das terceirizações, a extensão do abono-assiduidade a todos os bancários e a inclusão bancária sem precarização. As negociações sobre emprego e reivindicações sociais continuam nesta quarta-feira 31.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, apresentou à Fenaban o resultado da Pesquisa de Emprego Bancário relativo ao primeiro semestre de 2011 divulgado nesta terça-feira. O levantamento, realizado desde 2009 pela Contraf-CUT e pelo Dieese, mostra que, embora os bancos tenham criado 11.958 postos de trabalho nos primeiros seis meses do ano, aumentou o número de desligamentos (18.559), confirmando a estratégia das empresas de promover a rotatividade para reduzir custos.

> Veja aqui o resultado da pesquisa de emprego no primeiro semestre

O Comando Nacional defendeu a necessidade de os bancos aceitarem a Convenção 158 da OIT, que dificulta demissões imotivadas, para acabar com a alta rotatividade, inadmissível no setor mais rentável da economia, em que somente as seis maiores empresas apresentaram lucro líquido de R$ 25,9 bilhões no primeiro semestre.

'Acordo precisa contemplar emprego'

Os negociadores desdenharam da reivindicação de garantia de emprego, afirmando que ela não é importante para a categoria. "Respondemos que nossas consultas e pesquisas indicam o contrário, que os bancários estão muito preocupados com o emprego, e deixamos claro que não será possível fechar acordo este ano sem resolver essa questão", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

O tema continua a ser discutido nesta quarta-feira, assim como a terceirização no sistema financeiro, que vinha sendo debatida em mesa temática desde o ano passado, mas se encontra atualmente num impasse. Os bancários reivindicam o fim da terceirização dos setores de compensação, tesouraria, caixa rápido, home banking, autoatendimento, teleatendimento, cobrança, cartão de crédito e retaguarda.

Em relação ao abono-assiduidade, os representantes dos bancários na mesa de negociação defenderam o direito a cinco dias de ausências abonadas por ano, que representam a diferença entre os dias efetivamente trabalhados anualmente (365) e os pagos pelas empresas (360). Os negociadores da Fenaban levarão a reivindicação aos bancos.

Inclusão bancária

A proposta da categoria, aprovada na Conferência Nacional, é promover a inclusão bancária de toda a população brasileira, de forma que todos os serviços financeiros para a sociedade sejam prestados em agências e postos de atendimento, oferecidos por bancários, garantindo a qualidade, a proteção do sigilo bancário e a segurança, protegendo a vida de trabalhadores e clientes.

O Comando Nacional pediu aos bancos que se abstenham de aplicar as recentes resoluções do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central, que ampliaram a função dos correspondentes bancários no país. A Fenaban disse que "correspondente não é banco", que não faz crédito e só operacionaliza o crédito oferecido pelo banco. Mas os dirigentes sindicais refutaram os argumentos, usando publicação recente de matéria no jornal O Globo, em que a Associação Brasileira de Bancos informa que os correspondentes executam a maior parte das operações de crédito.

"Defendemos a inclusão bancária. Dissemos à Fenaban que todos os brasileiros deveriam ter direito de ter conta em banco, com assessoria financeira, sigilo bancário e segurança. E que os correspondentes não fazem essa inclusão. Pelo contrário, eles excluem, porque estão sendo usados pelos bancos para atender a população de baixa renda, reservando as agências aos clientes mais abastados. Isso não é bancarização, é precarização. Queremos transformar os correspondentes em pequenas agências e postos de atendimento", propõe Carlos Cordeiro.

Venda responsável de produtos

Os negociadores da Fenaban disseram que os bancos não vão assinar a Declaração sobre a Venda Responsável de Produtos Financeiros, aprovada pelo Comitê Diretivo da UNI Finanças, em junho de 2010, durante reunião realizada em Copenhague, na Dinamarca.

A carta prevê, entre outras coisas, o fim das metas abusivas e a garantia de uma "cultura interna de negócios e procedimentos operacionais que conduzam à venda responsável de produtos" - o que significa, por exemplo, evitar vender serviços e produtos que os clientes não necessitam.

As negociações sobre emprego continuam nesta quarta-feira, envolvendo temas como jornada de trabalho, mais contratações, ampliação do horário de atendimento, dentre outras.

Fonte: Contraf-CUT

Bancos geram 11.978 empregos, mas demitem mais no primeiro semestre



Apesar de criar 11.978 empregos em todo país no primeiro semestre de 2011, os bancos aumentaram o número de demissões e intensificaram a prática de usar a rotatividade para diminuir o salário dos bancários e aumentar os lucros. Os números da Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram 18.559 desligamentos nos primeiros seis meses do ano. Desde 2009, quando a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) começaram a realizar o levantamento, foram registrados 82.001 desligamentos nos bancos.

> Clique aqui para acessar a pesquisa completa.

Os empregos gerados no 1º semestre são o resultado de 30.537 admissões e 18.559 desligamentos. Esse saldo positivo significa expansão de 2,48% no emprego bancário. Na comparação com o saldo de 1.265.250 postos gerados em todos os setores da economia no primeiro semestre, os bancos contribuíram com apenas 0,95% do total. No mesmo período, a remuneração média dos bancários admitidos foi de R$ 2.497,79, valor 38,39% menor que a média dos desligados, de R$ 4.054,14.

"Esse número descabido de desligamentos comprova a estratégia dos bancos de utilizar a rotatividade para reduzir gastos com a folha de pagamento e aumentar ainda mais os seus lucros estrondosos, que superaram R$ 23 bilhões no primeiro semestre", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"A ameaça de demissão paira sobre as cabeças dos bancários e serve como pressão para o cumprimento de metas abusivas e de combustível para o assédio moral. Precisamos de garantias que protejam o emprego dos bancários, como a ratificação a Convenção 158 da OIT que impede as dispensas imotivadas", sustenta Cordeiro. Por isso, o emprego decente é o tema central da Campanha Nacional dos Bancários 2011, cujas negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) começam nesta terça e quarta-feira (30 e 31), em São Paulo.

Contratações nas faixas de remuneração mais baixas

Outro dado que aponta a estratégia dos bancos de aumentar lucros por meio das demissões mostra que, entre janeiro e junho, as faixas de remuneração de até 3 salários mínimos tiveram saldo positivo, totalizando 16.231 novos postos de trabalho. O maior saldo de empregos foi registrado para a faixa de remuneração entre 2 e 3 salários mínimos, responsável pela geração de 15.020 vagas.

Já todas as faixas salariais acima de 3 salários mínimos tiveram saldo negativo de geração de empregos, com destaque para a faixa entre 3 e 4 salários mínimos que apresentou o saldo negativo mais expressivo, com o fechamento de 1.196 vagas.

> Clique aqui para acessar o gráfico.

A rotatividade do setor financeiro também é demonstrada pelos dados relativos ao tempo de serviço dos desligados no primeiro semestre.

Os trabalhadores com até um ano de banco somam 19,62% total de 18.559 demissões e aqueles que estavam há mais de 1 e menos de 5 anos no emprego, representam 37,43% do total de demissões. Dos trabalhadores desligados, 26,08%, estavam no emprego há 10 anos ou mais e recebiam remuneração média de R$ 5.022,53, demonstrando a estratégia de dispensar os empregados mais antigos para reduzir os custos dos bancos.

> Clique aqui para acessar o gráfico.

Sem perspectiva de carreira

Os dados do CAGED mostram que, no primeiro semestre, houve crescimento das demissões sem justa causa, que representava 42,02% dos desligamentos no primeiro semestre de 2010 e passou para 46,81% do total de desligamentos no mesmo período de 2011.

A saída do emprego por iniciativa do próprio bancário foi responsável por 46,99% do total de desligamentos nos bancos. As aposentadorias, por sua vez, correspondem a apenas 1,60% dos casos de desligamento, totalizando 297 bancários. Esse número, no entanto, está subavaliado, na medida em que alguns bancos federais classificam o desligamento por aposentadoria como "demissão a pedido". A remuneração média para aposentados no setor foi de R$ 2.851,29.

"Os números mostram os efeitos perversos da enorme rotatividade e da política discriminatória de remuneração dos bancos, que fazem com que a profissão de bancário deixasse de ser valorizada. Cada vez menos se vê possibilidade hoje de fazer uma carreira num banco, pois o trabalhador sabe que será demitido ou adoecerá diante das precárias condições de trabalho", avalia Carlos Cordeiro.

TABELA 9

Desligados e remuneração média por tipo de desligamento

Brasil - Janeiro a Junho de 2011

Tipo de Desligamento

Desligados

Nº de trabalhadores

Part. (%)

Rem. Média
(em R$)

Desligamento por demissão sem justa causa

8.687

46,81%

4.005,90

Desligamento por demissão com justa causa

519

2,80%

3.060,64

Desligamento a pedido

8.721

46,99%

4.250,52

Desligamento por término de contrato

126

0,68%

2.913,49

Desligamento por aposentadoria

297

1,60%

2.851,29

Desligamento por morte

119

0,64%

4.104,89

Término de contrato de trabalho por prazo determinado

90

0,48%

910,71

Total

18.559

100,00%

4.054,14

Fonte: MTE. CAGED

Elaboração: DIEESE. Subseção Contraf-CUT



Desigualdade de gênero persiste nos salários

As mulheres ocuparam 50,14% do total de vagas criadas nos primeiros seis meses no setor bancário, totalizando 6.006 postos de trabalho, enquanto 5.972, ou 49,86% do total, foram ocupados por homens.

TABELA 3

Admitidos, desligados e remuneração média por gênero

Brasil - Janeiro a Junho de 2011

Gênero

Admitidos

Desligados

Saldo

Diferença da Rem. Média (%)

Nº de trabalhadores

Part. (%)

Rem. Média
(em R$)

Nº de trabalhadores

Part. (%)

Rem. Média
(em R$)

Masculino

15.940

52,20%

2.842,18

9.968

53,71%

4.644,93

5.972

-38,81%

Feminino

14.597

47,80%

2.121,72

8.591

46,29%

3.368,66

6.006

-37,02%

Total

30.537

100,00%

2.497,79

18.559

100,00%

4.054,14

11.978

-38,39%

Fonte: MTE CAGED

Elaboração: DIEESE - Subseção Contraf-CUT



A análise da remuneração média revela que os valores pagos tanto para as trabalhadoras admitidas quanto para as desligadas é inferior aos dos homens. As mulheres desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 3.368,66, um valor 27,48% inferior àquele auferido pelos homens (R$ 4.644,93). Na contratação, as mulheres recebem, em média, R$ 2.121,72, valor 25,35% a menos do que a remuneração dos homes, em média de R$ 2.842,18.

TABELA 4

Remuneração Média dos admitidos e desligados, por gênero

Brasil - Janeiro a Junho de 2011

Remuneração Média (em R$)

Masculino

Feminino

Diferença em % Remuneração Média

Admitidos

2.842,18

2.121,72

-25,35%

Desligados

4.644,93

3.368,66

-27,48%

Fonte: MTE CAGED

Elaboração: DIEESE - Subseção Contraf-CUT



Norte e Nordeste são destaque entre as regiões

Os dados mostram também crescimento percentual no número de empregos nos bancos nas regiões Norte e Nordeste acima da média nacional. As novas vagas criadas significam expansão de 7,17% do emprego bancário na região. O Nordeste também apresentou expressivo aumento do emprego (6,07%), como resultado de um saldo positivo de 3.506 vagas geradas no período analisado. Na média nacional, o incremento das vagas ficou em 2,48%.

Entretanto, em termos absolutos, a região Sudeste registrou o maior saldo de emprego, com a geração de 4.794 vagas. No extremo oposto, a região Centro-Oeste apresentou o menor saldo, com a criação de 973 postos de trabalho em 2011.

TABELA 1

Expansão do Emprego por Região Natural

Brasil - Janeiro a Junho de 2011

Região do País

Número de Trabalhadores em dez/2010(1)

Saldo de emprego 2011

Expansão do emprego

Norte

16.151

1.158

7,17%

Nordeste

57.724

3.506

6,07%

Sudeste

294.093

4.794

1,63%

Sul

69.748

1.547

2,22%

Centro-Oeste

45.381

973

2,14%

Total

483.097

11.978

2,48%

Fonte: MTE CAGED

Elaboração: DIEESE - Subseção Contraf-CUT

1) Dados extraídos da RAIS/MTE 2010



Contudo, os números revelam uma grande disparidade de remuneração entre as regiões. Na região Norte, a remuneração média de admissão foi de R$ 1.581,90, aproximadamente 46,70% inferior à remuneração de admissão registrada na região Sudeste, que foi de R$ 2.972,23.

Além disso, a diferença de remuneração entre desligados e contratados também é maior fora do Sudeste, atingindo impressionantes 52,78% no Centro-Oeste. Em todas as regiões os salários dos novos funcionários foi ao menos 45% menor que o daqueles que deixaram as empresas - com exceção do Sudeste, onde essa diferença ficou em 29,24%.

"Esses dados comprovam que os bancos adotam uma remuneração diferenciada por regiões, discriminando os que estão fora do eixo Sul-Sudeste, o que reforça ainda mais a luta dos bancários por igualdade de oportunidades", conclui o presidente da Contraf-CUT.

TABELA 2

Movimentação e Remuneração Média dos Trabalhadores, por região natural

Brasil - Janeiro a Junho de 2011

Região do País

Admitidos

Desligados

Saldo

Diferença da Rem. Média (%)

Nº de trabalhadores

Part. (%)

Rem. Média
(em R$)

Nº de trabalhadores

Part. (%)

Rem. Média
(em R$)

Norte

1.703

5,58%

1.581,90

545

2,94%

2.898,95

1.158

-45,43%

Nordeste

5.055

16,55%

1.717,93

1.549

8,35%

3.400,79

3.506

-49,48%

Sudeste

17.802

58,30%

2.972,23

13.008

70,09%

4.200,41

4.794

-29,24%

Sul

3.874

12,69%

2.062,20

2.327

12,54%

3.956,33

1.547

-47,88%

Centro-Oeste

2.103

6,89%

1.900,30

1.130

6,09%

4.024,58

973

-52,78%

Total

30.537

100,00%

2.497,79

18.559

100,00%

4.054,14

11.978

-38,39%

Fonte: MTE CAGED

Elaboração: DIEESE - Subseção Contraf-CUT



Balanços mostram Itaú e Santander na contramão

A Pesquisa de Emprego Bancário traz ainda uma analise da movimentação de pessoal registrada no balanço dos cinco maiores bancos brasileiros. Em junho de 2011, o total de funcionários dos cinco maiores bancos do país - Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander - atingiu 466.053 trabalhadores. Os números dizem respeito a todos os funcionários da holding.

Enquanto o CAGED registrou expansão de 2,48% do emprego bancário no primeiro semestre de 2011, os balanços dos cinco maiores bancos brasileiros apresentaram expansão menor, de 1,37% do quadro de funcionários (incluindo trabalhadores bancários e não bancários).

TABELA 10

Estoque de funcionários nos cinco maiores bancos do país

Brasil - Dezembro/10 a Junho/2011

Instituição

Total de Empregados

Saldo em 2011

Variação dez/10 - jun/11

dez/10

mar/11

jun/11

Banco do Brasil

118.879

120.797

122.409

3.530

2,97%

Bradesco

95.248

96.749

98.317

3.069

3,22%

CEF

83.185

83.504

84.420

1.235

1,48%

Itau

108.040

109.836

107.546

(494)

-0,46%

Santander*

54.406

54.375

53.361

(1.045)

-1,92%

Total

459.758

465.261

466.053

6.295

1,37%

*Sendo 6.000 no exterior

Fonte: Relatório de administração dos bancos

Elaboração: DIEESE. Subseção Contraf-CUT



Os saldos mais preocupantes no fechamento do primeiro semestre de 2011 são dos bancos Santander e Itaú, pois encerraram o período com saldos negativos em 1.045 e 494 postos de trabalho, respectivamente, em relação a dezembro de 2010.

Em dezembro de 2010, o número de funcionários do Itaú era de 108.040 trabalhadores. Em março de 2011, esse total subiu para 109.836 pessoas (elevação equivalente à 1,66%), todavia, entre março e junho de 2011, houve redução do quadro de funcionários em 2.290 postos, atingindo a marca de 107.546 empregados. Esses valores significam queda de 0,45% em relação a dezembro de 2010 e de 2,08% em relação a março de 2011.

No Santander, o número total de funcionários em dezembro de 2010 era de 54.406 trabalhadores. Ao final do primeiro semestre de 2011, o número registrado foi 53.361 (queda, também, de aproximadamente 2% em relação a dezembro). Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bradesco apresentaram saldo positivo em 3.530, 1.235 e 3.069, respectivamente.

"Os bancos privados, especialmente o Itaú e o Santander, atuaram na contramão do setor financeiro e da economia brasileira, ao cortarem empregos no primeiro semestre, apesar de seus lucros astronômicos. Essas instituições estão devendo contrapartidas sociais para o desenvolvimento do Brasil", afirma Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT