quarta-feira, 6 de junho de 2012

Bancários se reúnem com presidente do Santander Brasil nesta quarta

  
A Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de São Paulo se reúnem nesta quarta-feira (6), às 17h, com o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, na capital paulista. O diálogo foi solicitado pelas duas entidades que enviaram cartas ao banco, após as especulações divulgadas pela imprensa sobre uma possível venda da subsidiária brasileira do banco espanhol. 

Participam da reunião o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e a presidenta e a diretora de finanças do Sindicato, Juvandia Moreira e Rita Berlofa, respectivamente. 

"Queremos obter informações sobre a real situação do banco, sobretudo diante da crise financeira da Espanha, bem como as medidas que estão sendo tomadas e o impacto sobre a atuação da instituição no Brasil", afirma Cordeiro. "Estamos muito preocupados com o emprego e os direitos dos 54 mil funcionários e dos milhares de aposentados do banco", destaca.

Para Juvandia, a crise financeira internacional não pode ser um pretexto para aumentar ainda mais a concentração do sistema financeiro nacional. "Repudiamos a concentração bancária. Hoje os seis maiores bancos detêm 81% dos ativos e 83% das operações de crédito. Em 1999, esse número era bem diferente: os seis maiores bancos detinham 59% dos ativos e 50% das operações de crédito." Segundo a dirigente sindical, essa concentração é prejudicial a consumidores, empresas e trabalhadores.

A sindicalista aponta que tão grave quanto a concentração no setor é a redução dos empregos. Ela lembra que a fusão entre Itaú e Unibanco causou o corte de mais de 7 mil empregos e a operação que uniu Santander e Real levou ao fechamento de 3 mil vagas.

As entidades também pediram audiências ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Banco Central para discutir o tema.

"Avaliamos que o Cade não pode permitir um processo de fusão/aquisição que gere novos danos para a sociedade brasileira, principalmente no momento em que existe enorme necessidade de que o setor financeiro contribua definitivamente para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda e justiça social", salienta o presidente da Contraf-CUT.

"Queremos possamos aprofundar o debate sobre a concentração no sistema financeiro nacional e discutir medidas para proteger os empregos e os direitos dos trabalhadores e dos consumidores brasileiros", defende Cordeiro.

Encontro de Botín com Dilma

O presidente mundial do Santander, Emilio Botín, esteve na terça-feira (5) no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff. O encontro foi fechado e Botín não conversou com jornalistas à saída da reunião. Segundo especulações da imprensa, eles trataram dos investimentos da empresa espanhola no Brasil e de um congresso de educação a ser realizado em julho no Rio de Janeiro que terá o patrocínio do banco.

Na segunda-feira (4), Botín esteve presente também ao almoço de Dilma com o rei da Espanha, Juan Carlos I, em Brasília. Ele assegurou na ocasião que o Santander não está no grupo de bancos espanhóis que precisam ser capitalizados, que manteve os investimentos no Brasil e que não aceitará propostas de venda, como as que foram aventadas pelo Banco do Brasil e Bradesco.

"Na Espanha não há crise financeira. Na Espanha, há três ou quatro caixas, instituições, que têm necessidades financeiras, que precisam de ajuda pública e é uma situação excepcional", disse o executivo à agência Reuters.


Fonte: Contraf-CUT com Rede Brasil Atual

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