segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sindicato de Brasília lança guia da Contraf e Idec sobre direitos dos clientes



O Sindicato dos Bancários de Brasília lançou na terça-feira, dia 19, um guia para orientar clientes e usuários sobre os seus direitos nas relações com os bancos. A cartilha "Os bancos e você - Como se defender dos abusos dos bancos", parceria entre o Sindicato, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), trata de assuntos como da abertura de contas, tarifas bancárias e atendimento, além de aplicações financeiras e leasing.

A cartilha foi apresentada pelo secretário-geral do Sindicato de Brasília, André Nepomuceno, que lembrou o compromisso da entidade com temas de interesse não somente da categoria bancária da sociedade como um todo. "Essa publicação parte do entendimento de que é necessário discutir assuntos que são de interesse do consumidor bancário e permitir que ele tenha dados para escolher onde quer ter uma conta, como deseja movimentar seu dinheiro, quais são os seus direitos e como usar o sistema bancário de forma correta", explicou.

Os altos juros cobrados pelas instituições financeiras no Brasil também foram discutidos. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, definiu como "abusivos e inexplicáveis" o que é praticado no país. Ele deu como exemplo o HSBC - que cobra algo em torno de 60% de juros e tarifas ao ano - enquanto que em países da Europa essa taxa fica entre 6% e 7% pelo mesmo período.

Carlos Cordeiro também criticou o alto índice de reclamações relacionadas aos bancos junto ao Procon e criticou o sistema financeiro. Segundo ele, a atuação dos bancos não atende às demandas da sociedade, "além de ter uma postura predatória na economia, pois o investimento na produção não é o suficiente, além de cobrarem taxas altas que duplicam seu capital periodicamente".

A coordenadora executiva do Idec, Lisa Grunn, falou sobre o problema da desinformação dos consumidores brasileiros. Segundo ela, não conhecer os direitos antes de iniciar um contrato com qualquer instituição, por exemplo, principalmente com bancos, é muito grave. "Quando isso acontece é gerado um desequilíbrio, dando a impressão de que os bancos são os únicos que têm direitos e, os consumidores, deveres", disse.

Lisa abordou também a importância de o consumidor agir como fiscalizador dos serviços que utiliza, fazendo referência às empresas com responsabilidade socioambiental e aos produtos oferecidos por elas que têm esse selo. "Nós desempenhamos diversos papeis ao mesmo tempo; todos somos consumidores em algum momento, então é responsabilidade de todos conhecer seus direitos e lutar para que sejam cumpridos", reforçou.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) parabenizou a iniciativa do Sindicato de atuar também na defesa de clientes e usuários do sistema bancário. Segundo a deputada, as tarifas cobradas, as filas intermináveis, as cobranças indevidas e muitas outras coisas que os clientes são obrigados a enfrentar refletem o "descaso dos banqueiros com aqueles que utilizam os serviços". Para ela, "os bancários e usuários merecem respeito como consumidores e como pessoas".

Também participaram da cerimônia de lançamento, realizada no Teatro dos Bancários, o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio da Luz Belsito; o diretor-geral do Procon-DF, Osvaldo Francisco de Morais; o secretário jurídico da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Juliano Rodrigues Braga; e a coordenadora geral do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Patrícia Barros.

O guia tem tiragem de 5 mil exemplares e está disponível em formato pdf clicando aqui.

Veja abaixo alguns dos temas abordados

* A escolha do banco - Localização, qualidade de serviços e atendimentos, valores de tarifas e segurança devem ser observados.

* A abertura da conta - O contrato deve ser lido com atenção e não se deve deixar espaços em branco.

* Movimentando a conta - Documentos básicos como extratos ou canhotos que comprovem alguma transação devem ser guardados.

* Pagamentos - Os bancos são obrigados a receber pagamentos de contas conveniadas durante o expediente bancário.


Fonte: Pricilla Beine - Seeb Brasília

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