segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bancários defendem regulação do sistema financeiro no 13º Cecut de SP Crédito: Seeb São Paulo O Brasil precisa continuar crescendo. Esse é um dos pontos em que, tanto trabalhadores como empresários concordam. Mas a forma como deve se dar esse crescimento tem visões diferenciadas e está na pauta dos dirigentes sindicais reunidos desde quarta-feira, dia 16, no 13º Congresso Estadual da CUT, o Cecut, de São Paulo. O economista do Dieese, Gustavo Cavarzan, fez uma apresentação sobre as contradições do sistema financeiro, que lucra tanto mas pouco devolve à sociedade. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, participa do 13º Cecut e na tarde desta sexta-feira, dia 18, levou ao plenário a discussão sobre o papel do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e os entraves causados pelo setor ao crescimento do país. "Apresentamos aos delegados de todos os ramos a importância da regulamentação do setor, como forma de manter e alavancar o crescimento", relata a dirigente. "Nossa tese foi aprovada e será levada ao debate nacional, no congresso da CUT, em junho." Juvandia destaca que o tema vem sendo discutido pela categoria bancária desde 1992. "Nossas propostas têm o aval dos trabalhadores do ramo financeiro de todo o país. Foram formuladas em encontros estaduais e nacionais, desde os tempos da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) até a Contraf-CUT." Mais crédito Ampliar a oferta de crédito com taxas de juro mais baixas e prazos maiores para o pagamento é considerado crucial pelos mais diversos setores da economia nacional. O governo federal, desde abril, vem acionando os bancos públicos de forma que atuem como catalisadores dessa ampliação do crédito. As instituições privadas resistiram, a princípio, mas foram forçadas, em nome da saudável concorrência, a começar a baixar suas taxas. "Mas há denúncias de bancários e clientes de que muitos bancos estão elevando as tarifas para 'compensar' a redução das taxas, em mais uma clara demonstração da urgência de regulamentar o setor", afirma a dirigente. "Os bancos brasileiros não enxergam que poderiam ganhar em escala, ampliando o crédito. Regulamentar é necessário para que cumpram seu papel social de investimento no desenvolvimento do país". Em sua apresentação, Juvandia mostrou que o volume de crédito no Brasil, em janeiro de 2012, alcançou o patamar de 48,8% em relação ao PIB, percentual muito superior ao de janeiro de 2004, de 24,3%. "No entanto, o Brasil se mantém abaixo de países desenvolvidos ou emergentes, como Japão (169,2%), África do Sul (145,5%) e China (130%). E isso precisa mudar para nos tornamos uma economia com capacidade de competir no mercado internacional." Sociedade Para os trabalhadores, a regulamentação deve ampliar a participação da sociedade no controle do SFN. "Regulamentar permitiria reorganizá-lo, em prol do crescimento econômico e do bem-estar da população. Isso significa, por exemplo, fortalecer e ampliar o direcionamento do crédito e a regulação dos juros para áreas prioritárias, como crédito industrial, rural, habitacional, agrícola, público, exportação, inovação tecnológica etc. Sempre com o objetivo de estimular novos investimentos e a geração de emprego e renda", explica Juvandia. A regulação do SFN redefiniria, ainda, a missão do Banco Central do Brasil, não somente para o controle da inflação e defesa estrita da moeda, mas como promotor do desenvolvimento econômico. "Atualmente, e a despeito de todas as recentes medidas incentivando a ampliação do crédito, cerca de 70% dos pedidos de financiamento de automóvel são recusados pelos bancos. É um exemplo de como o sistema, caso não tenha sua atuação regulamentada, pode comprometer o projeto nacional de desenvolvimento, algo que os brasileiros não podem admitir", completa Juvandia. Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo


  
Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloO Brasil precisa continuar crescendo. Esse é um dos pontos em que, tanto trabalhadores como empresários concordam. Mas a forma como deve se dar esse crescimento tem visões diferenciadas e está na pauta dos dirigentes sindicais reunidos desde quarta-feira, dia 16, no 13º Congresso Estadual da CUT, o Cecut, de São Paulo.

O economista do Dieese, Gustavo Cavarzan, fez uma apresentação sobre as contradições do sistema financeiro, que lucra tanto mas pouco devolve à sociedade.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, participa do 13º Cecut e na tarde desta sexta-feira, dia 18, levou ao plenário a discussão sobre o papel do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e os entraves causados pelo setor ao crescimento do país. 

"Apresentamos aos delegados de todos os ramos a importância da regulamentação do setor, como forma de manter e alavancar o crescimento", relata a dirigente. "Nossa tese foi aprovada e será levada ao debate nacional, no congresso da CUT, em junho."

Juvandia destaca que o tema vem sendo discutido pela categoria bancária desde 1992. "Nossas propostas têm o aval dos trabalhadores do ramo financeiro de todo o país. Foram formuladas em encontros estaduais e nacionais, desde os tempos da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) até a Contraf-CUT." 

Mais crédito 

Ampliar a oferta de crédito com taxas de juro mais baixas e prazos maiores para o pagamento é considerado crucial pelos mais diversos setores da economia nacional. O governo federal, desde abril, vem acionando os bancos públicos de forma que atuem como catalisadores dessa ampliação do crédito. As instituições privadas resistiram, a princípio, mas foram forçadas, em nome da saudável concorrência, a começar a baixar suas taxas.

"Mas há denúncias de bancários e clientes de que muitos bancos estão elevando as tarifas para 'compensar' a redução das taxas, em mais uma clara demonstração da urgência de regulamentar o setor", afirma a dirigente. "Os bancos brasileiros não enxergam que poderiam ganhar em escala, ampliando o crédito. Regulamentar é necessário para que cumpram seu papel social de investimento no desenvolvimento do país".

Em sua apresentação, Juvandia mostrou que o volume de crédito no Brasil, em janeiro de 2012, alcançou o patamar de 48,8% em relação ao PIB, percentual muito superior ao de janeiro de 2004, de 24,3%. "No entanto, o Brasil se mantém abaixo de países desenvolvidos ou emergentes, como Japão (169,2%), África do Sul (145,5%) e China (130%). E isso precisa mudar para nos tornamos uma economia com capacidade de competir no mercado internacional."

Sociedade 

Para os trabalhadores, a regulamentação deve ampliar a participação da sociedade no controle do SFN. "Regulamentar permitiria reorganizá-lo, em prol do crescimento econômico e do bem-estar da população. Isso significa, por exemplo, fortalecer e ampliar o direcionamento do crédito e a regulação dos juros para áreas prioritárias, como crédito industrial, rural, habitacional, agrícola, público, exportação, inovação tecnológica etc. Sempre com o objetivo de estimular novos investimentos e a geração de emprego e renda", explica Juvandia.

A regulação do SFN redefiniria, ainda, a missão do Banco Central do Brasil, não somente para o controle da inflação e defesa estrita da moeda, mas como promotor do desenvolvimento econômico.

"Atualmente, e a despeito de todas as recentes medidas incentivando a ampliação do crédito, cerca de 70% dos pedidos de financiamento de automóvel são recusados pelos bancos. É um exemplo de como o sistema, caso não tenha sua atuação regulamentada, pode comprometer o projeto nacional de desenvolvimento, algo que os brasileiros não podem admitir", completa Juvandia.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário