terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bônus para executivos do Bradesco e Itaú Unibanco continuam nas alturas

A edição de 5 de fevereiro da Revista Istoé Dinheiro publicou reportagem sobre os bônus milionários nos bancos. "Uma bolada de R$ 250 milhões foi depositada na conta de 150 executivos do Bradesco no ano passado. O Itaú Unibanco foi além. Recompensou os seus com um pacote de R$ 272 milhões", revela o veículo. "Bancos de investimento, como Credit Suisse e BTG Pactual, também não ficaram atrás. Neste início de 2010, desembolsaram entre R$ 300 mil e R$ 6 milhões por sócio. Esses incentivos transformaram o mercado brasileiro num dos mais atrativos do mundo, mas a era dos bônus milionários pode estar chegando ao fim", destaca. Dias atrás, as duas principais autoridades da área econômica, os ministros Guido Mantega e Henrique Meirelles, anunciaram um plano para conter a remuneração variável dos banqueiros. "A intenção é evitar que os executivos do sistema financeiro assumam riscos que depois sejam negativos para o País, para o setor público e para o próprio sistema financeiro", explicou Meirelles a uma plateia de empresários, na manhã da terça-feira 2. "Isso faz parte de um plano mundial de controle do sistema financeiro", reforçou Mantega, no mesmo encontro.A proposta do governo, que foi disponibilizada no site do Banco Central, impediria o pagamento dos bônus totalmente em dinheiro. Os ganhos seriam divididos da seguinte forma: 50% em ações, 40% diluídos num prazo de três anos e apenas 10% sob livre escolha da instituição financeira. Em tese, a preocupação de Mantega e Meirelles é até coerente, diante do que aconteceu no mundo em 2009, conforme a revista. Na Europa e nos EUA, bancos como UBS, Merrill Lynch, Citibank e Bank of America sofreram prejuízos bilionários porque havia um incentivo perverso. Como os ganhos dos executivos estavam atrelados a resultados de curto prazo, eles eram estimulados a fazer apostas de altíssimo risco. Resultado: os bancos quebraram, os governos injetaram trilhões no sistema financeiro, mas muitos executivos continuaram com suas mansões, aviões e iates. Um escândalo moral que levou governantes como Barack Obama, nos EUA, e Nicolas Sarkozy, na França, a iniciar uma cruzada contra os bônus dos banqueiros.Esse mesmo discurso também foi encampado pelas autoridades econômicas do G20, o grupo das 20 nações mais ricas do mundo, no qual o Brasil tem tentado exercer um papel de protagonista.A Federação Brasileira de Bancos, comandada por Fábio Barbosa, limitou-se a afirmar que os bancos seguem uma política conservadora de bonificação, assim como práticas rigorosas de controle de risco. Para a Contraf-CUT, esses bônus milionários contrastam com a política de remuneração para os bancários. Na campanha salarial de 2009, por exemplo, a greve travou a manobra da Fenaban de reduzir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os banqueiros queriam distribuir menos recursos para os trabalhadores, principais responsáveis pelos lucros astronômicos dos bancos.Fonte: Contraf-CUT com Revista Istoé Dinheiro

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