Uma projeção feita pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, com base nas homologações realizadas na entidade entre janeiro e junho deste ano, mostra que o Itaú Unibanco demitiu pelo menos um bancário a cada duas horas, nos últimos seis meses. O cálculo considera a média de 21 dias por mês e a jornada de seis horas diárias. No total, são 396 demissões o período.
O Sindicato faz a ressalva de que a exatidão dos números fica prejudicada porque as demissões de bancários com menos de um ano de casa não são homologadas no Sindicato. Além disso, há o atraso nas homologações por causa da sobrecarga dos gerentes, que, devido à redução do quadro de pessoal, acumulam a função de homologador. "Se a agência é de Campo Grande, por exemplo, o gerente vai gastar pelo menos um dia para cumprir a tarefa", pondera o diretor do Sindicato José Antonio Pinheiro.
Ele lembra ainda que esse atraso é mais um fator de prejuízo para o demitido, que além de ficar sem emprego, demora a receber suas verbas indenizatórias.
Estabilidade
Em reunião realizada entre Sindicato e os representantes do banco, no dia 22 de junho, representantes dos bancários denunciaram casos de demissões de trabalhadores que retornaram do INSS, com garantia de estabilidade.
Funcionários afastados por acidente de trabalho têm um ano de estabilidade quando retorna da licença. O banco, entretanto, não vem respeitando essa norma. Há casos de demissão também de portadores de necessidades especiais (PNE), em desrespeito à lei que garante a cota de 5% das vagas existentes para esses funcionários.
Há ainda demissões de pessoas com estabilidade pré-aposentadoria (24 meses de estabilidade garantidos pela Convenção Coletivas dos Bancários, cláusula 25, alínea G), que o banco não quer anular, mesmo sabendo que na Justiça são favas contadas a favor do empregado. Há ainda os portadores de Certificado de Reabilitação Profissional (CRP), protegidos pela Lei 8213/91.
Na reunião, os representantes do Itaú Unibanco, Geraldo Martins, Bruno Aguiar e Irineia Duarte, se comprometeram a encaminhar as pendências para o cancelamento imediato de todas as demissões irregulares. Passados 10 dias do encontro, apenas três demissões foram revertidas.
Fonte: Seeb Rio de Janeiro
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